Central no turismo é o conceito e papel do património cultural. Legado pelos nossos antepassados, o património cultural diz respeito ao conjunto de elementos patrimoniais materiais e imateriais que nos foram transmitidos e transmitimos às futuras gerações, com diversos valores, desde arquitetónicos, arqueológicos, documentais, etnográficos a sociais e identitários.

O turismo centrado no património cultural está presente desde há milénios com registo de viagens, por exemplo, entre os egípcios para visitar as pirâmides. Bem como no Grand Tour, com início no século XVII, e que deu o nome ao fenómeno turístico. Marco do turismo moderno, a Grand Tour era a viagem tradicional dos jovens das famílias abastadas da Grã-Bretanha pela Europa continental. Com o desenvolvimento dos transportes e o crescimento do rendimento disponível em muito países, o turismo foi-se democratizando a partir de meados do séc. XX, com grande ênfase no turismo balnear. Porém, tem havido uma evolução das tendências de consumo e outros tipos de turismo muito centrados no património cultural têm crescido, como o turismo urbano, o touring cultural ou o turismo rural, este muitas vezes aliado a atividades associadas ao património imaterial.

O turismo cultural refere-se assim às deslocações dos turistas dos seus locais de residência para determinados destinos turísticos com património cultural, desde locais históricos às expressões culturais interligadas com a arte ou com o património imaterial (tradições, saberes e ofícios, atos festivos e celebrações).

Na verdade, as atividades turísticas em geral estão associadas à cultura, desde a visita a monumentos, eventos culturais, localidades, ou a simples interação com comunidades e outras culturas. Assim, para além dos turistas com uma motivação cultural central, há os turistas culturais casuais, incidentais e fortuitos que acabam por incluir património material e imaterial nas suas viagens.