Um executivo fragilizado, sem rumo e a coragem do autarca de Alfeizerão

Bruno Adriano
Presidente da Concelhia do PS de Alcobaça

A entrevista ao jornal Região de Cister do presidente da Junta de Freguesia de Alfeizerão (admite demitir-se após ano e meio de iniciar o mandato) demonstra uma enorme coragem que a fórmula já conhecida de gestão autárquica do executivo camarário liderado por Hermínio Rodrigues (PSD) está progressivamente a abrir lacunas graves e irreversíveis no status que instalado há vários anos no município.
Lamento, profundamente, ver um presidente de uma Junta de Freguesia, com a agravante de ter sido eleito pelo mesmo partido (PSD) que lidera a autarquia, neste papel e com um discurso do ‘politicamente correto’, quando as causas são absolutamente cristalinas e visíveis a todos aqueles que acompanham (mais de perto ou mais de longe) o marasmo em que está mergulhado o nosso concelho, desde o início do atual mandato autárquico.
Torna-se cada vez mais evidente a falta de rumo deste executivo social-democrata, liderado por alguém muitíssimo fragilizado emocionalmente, a contas com a justiça por suspeita da prática dos crimes de corrupção, tráfico de influências e participação económica em negócio, sem equipa, sem visão e já sem força para levar por diante uma autarquia em modo de serviços mínimos. Fica demonstrado na entrevista do senhor presidente da Junta de Alfeizerão (Leonel Ribeiro), que a política de favorecimento dos ‘amigos’, a distribuição de dinheiro sem critérios, aliada a uma clara fragilidade nos perfis selecionados para serem candidatos a presidentes de junta no nosso concelho, provoca a cada dia que passa mais e maior inércia.
Existe uma clara e notória incapacidade generalizada instalada em todo o concelho (basta verificarmos a inexistência de uma política desportiva, a falta de apoio a instituições de caráter social e outras) com constantes reivindicações dos presidentes de junta, mas cujos pedidos não têm sido atendidos pelo executivo autárquico, claramente desnorteado e sem rumo definido.
Não existiu, não existe e dificilmente irá existir um verdadeiro planeamento estratégico do território, por forma a torná-lo mais homogéneo (com as particularidades evidentes entre as freguesias do Norte e do Sul do concelho), mais atrativo e, sobretudo, com melhor qualidade de vida. Para que estas pretensões (legítimas) das juntas do concelho sejam uma realidade é necessário uma visão estratégica do atual executivo, infelizmente inexistente.
O que existe e, isso sim, começa a vir à tona, é um executivo que herdou o ADN da prática da sobe
valorização das influências «funalizadas», que só podem fragilizar o sistema representativo e os seus atores políticos, que têm sido notoriamente incapazes de contribuir para o desenvolvimento do nosso valioso território.
A verdade ‘nua e crua’ é que as mesmas pessoas com as mesmas políticas nunca farão coisas diferentes.
Só com outras pessoas e com políticas diferentes se farão coisas diferentes. A escolha é de cada um.

Bruno Adriano
Presidente da Concelhia do PS de Alcobaça

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