“William Elsden e Alcobaça 1775” foi o tema de uma conferência havida na Sacristia do Mosteiro de Alcobaça no passado dia 22 de novembro. A súmula desta figura histórica feita pelo próprio orador, Pedro Tavares.

William Elsden foi um Engenheiro Militar de Origem inglesa, trazido para Portugal pelo Conde de Lippe, tendo vindo a casar em Portugal. Fez diversos trabalhos de nomeada em Portugal, nomeadamente na Biblioteca da Ajuda e a elevação do Aqueduto das Águas Livre, na Universidade de Coimbra e na criação do Jardim Botânico nesta cidade. Foi mandado a Alcobaça pelo Marquês para atender às “cosas da Livraria e do Colégio”.
A sua Planta de Alcobaça, que assina em dezembro de 1775 no Convento do Desterro em Lisboa, Quartel-General Cisterciense junto do Poder, é das primeiras e mais intrigantes peças desenhadas do Mosteiro e de Alcobaça, encerrando informação surpreendente de registo, de análise e de planeamento, visíveis ao olho atento e observador.
A passagem de Elsden (Guilherme Elsden) por Alcobaça e o seu bom entendimento com Frei Manuel de Mendonça, Abade Geral e Primo do Marquês, permitiu-lhe exercer a sua notável influência profissional em diversas vertentes: (1) na reformulação neoclássica do Retábulo do Altar-Mor do Mosteiro de Alcobaça; (2) no novo e neogótico Panteão Real, que veio a acolher os Túmulos mais carismáticos de Portugal, ou sejam, de D. Pedro e de D. Inês; (3) o levantamento da Vila de Alcobaça de 1775; (4) uma coleção de regras, orientações e sugestões para o desenvolvimento do Colégio da Conceição e principalmente para a Vila de Alcobaça, a que o autor destas linhas chama o “Primeiro Plano de Urbanização de Alcobaça”, tendo diversas dessas ações sido implementadas; (5) breve registo e quantificação de efeitos da catástrofe “cheia” no Mosteiro de Alcobaça.
Por tudo o que antecede, Elsden e a sua Planta da Vila de Alcobaça constituem um ponto alto da História do Mosteiro e da hoje Cidade de Alcobaça.