Montes. “Como Gente Grande” de Isabel Ferreira

Catarina Reis
Jornalista

A 25 de fevereiro, pelas 15h30, o Auditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça acolhe a apresentação do livro “Como Gente Grande”, de Isabel Ferreira, escritora residente nos Montes. A obra dá o testemunho de 20 histórias de vida e de trabalho de adultos de hoje que não tiveram tempo de ser crianças. Muitas são do concelho de Alcobaça e da Nazaré.

Quem é a Isabel Ferreira?
Definitivamente, não sou uma “escritora”. Gosto de pensar, crescer e aprender, ouvindo outros e escrevendo, pesquisando. Fora isso, sou alguém muito comum, que detesta tirar fotografias (sobretudo para o jornal), e de ter visibilidade.

Como nasce o gosto pela área social?
Creio que tudo se resume ao olhar o outro. Muitos dizemos o mesmo, mas, genuinamente, este mundo que cultiva a imagem, o consumo do supérfluo, diz-me muito pouco. O meu gosto pela área social não se esgota no olhar de caridade sobre gente que dorme na rua, sem uma refeição quente, ou um agasalho… há muitas outras realidades, vidas de uma luta em cada dia, gente que passa ao nosso lado, ou nos atende na loja, que limpa o chão do supermercado onde fazemos compras e que ninguém vê, cada uma destas pessoas com um mundo que cabe apenas dentro de si. Mas que cabe também em nós se quisermos aceitar o desafio de olhar, de ouvir, e de crescer/enriquecer com o outro.


E a paixão pela escrita?
Sempre gostei imenso de ler. Em criança, as melhores prendas de Natal ou de aniversário, eram os livros da Enid Blyton, que eu devorava em duas noites. Ainda na escola primária já tentava escrever com outras amigas e com a minha irmã, aventuras semelhantes. Depois, com 11 ou 12 anos tentei escrever um livro sozinha, que era sobre a vida de um cão dado em troca, perdido pelo dono, ao jogo. Focava-se na sensação de perda de ambos e na vida que o cãozito levava depois, mal estimado… mas, não recordo muito mais, e tenho pena de me ter desfeito desse escrito… Depois com a escola, e com a vida profissional, a escrita tornou-se uma mera ferramenta, muito mais formal. Mas sempre me serviu, e é disso que continua a tratar-se, de um espaço de aprofundamento, rigor e reflexão. Eu não escrevo sobre o que sei e quero “ensinar” aos outros: eu escrevo sobre o que quero entender e conhecer, sobre as experiências e a vida de outros, que me serve depois como ponto de partida para pesquisar temas e saber um pouco mais.

Saiba mais na edição impressa e digital de 23 de fevereiro de 2023.

Catarina Reis
Jornalista

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