A economia da experiência

Os norte-americanos Pine e Gilmore publicaram em 1998 um artigo na Harvard Business Review que os notabilizou.
Nele, os autores defendem que entrámos num novo estádio: depois da fase agrária, industrial e, finalmente, depois da tónica nos serviços, era chegada a economia da experiência.
Mais do que bens ou serviços, os novos consumidores estão em busca de experiências. Se antes se fazia um bolo com produtos caseiros, depois se passou a ir à loja comprar o necessário e, mais tarde, se encomendava um bolo numa pastelaria, hoje em dia é cada vez mais comum fazer a festa de aniversário de um filho num espaço que serve o bolo mas também entretenimento, decoração, etc. Isto é, compramos a ‘experiência’ completa.
Nesta economia, contam as experiências que deslumbram os sentidos, falam ao coração e estimulam a mente. Assim, no turismo, onde a economia da experiência é particularmente evidente, desenvolveram-se os parques temáticos e multiplicam-se os convites como “nadar com golfinhos”, “dormir num hotel de gelo” ou “seguir Oscar Wilde pelas ruas da Londres do seu tempo”.
As experiências é que contam.
É também o que diz a psicologia positiva. Alguns estudos mostram que, a partir de determinado salário, ser-se aumentado não proporciona significativo aumento de bem-estar ou felicidade. Ou seja, são as experiências e a forma como as vivemos que nos fazem felizes. Onde é que nós já ouvimos isto? “Olhai os lírios do campo…” (Mt 6, 28).
A ciência também veio confirmar que “a felicidade está mais em dar do que em receber” (At 20, 35). Segundo um estudo publicado em 2008 na Science, o dinheiro pode comprar a felicidade desde que… seja gasto noutra pessoa. Quando, em resultado de um aumento de ordenado, as pessoas gastaram esse valor adicional em presentes para dar a outros ou para instituições de caridade ficaram mais felizes. Já o contrário não aconteceu. O engraçado é que, quando se lhes perguntou, afirmaram a sua convicção que traz mais felicidade gastar dinheiro consigo próprio. Outra coisa diz o Evangelho e agora a ciência.

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