A vida pós-pandemia

Afonso Luís
Bancário aposentado

Como caso sério que é, a pandemia covid-19 tem provocado alterações profundas a nível global. Esta a realidade, não obstante haver gente “iluminada” a negá-la. Os reconhecidamente grandes pensadores do nosso tempo (claro que não são negativistas) nem sempre estão de acordo, todavia, com o que aí virá, uma vez dominada a pandemia. Há os que acham que tudo será diferente, que a vida vai sofrer uma transformação imensa; outros entendem que, embora se verifiquem alterações óbvias (e que já aí estão) as transformações não serão assim tão profundas. Há, porém, muitos aspetos em que a maioria dos pensadores está de acordo. Alguns exemplos: o conhecido economista francês Thomas Piketty defende uma revolução político-económica, constatando que a remuneração do capital tem crescido muito acima do próprio crescimento da economia, e daí o aumento das desigualdades. Por isso, outros, como Mariana Mazzucato, entendem que a intervenção do Estado é importante, e o setor público não pode recuar, pelo contrário. Dizem que o “Estado é útil e conseguiu das maiores proezas do nosso tempo”. Até o FMI começa a reconhecer a necessidade de taxar fortemente as grandes fortunas… Quase todos defendem que a pandemia, sendo uma ameaça comum, mostrou que nenhuma nação pode vencer, sozinha, os problemas com que a humanidade se debate. E os maiores problemas são as alterações climáticas e a desigualdade.
Voltando à pandemia, parece evidente que convém sempre seguir as recomendações dos cientistas. O norte-americano Malcolm Gladwel afirma mesmo que a ciência será a grande vencedora da pandemia. Esta a razão que levou os governos dos principais países a seguir as determinações dos peritos sanitários. Aqueles que o não fizeram (Trump, Bolsonaro) viram-se confrontados com maior número de mortes nos seus países. Claro que há sempre quem negue a evidência, quem recuse a vacina e até promova manifestações patetas. Isto acontece um pouco por todo o lado, o que só prova que a estupidez não tem pátria.

Afonso Luís
Bancário aposentado

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