O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça foi considerado monumento em perigo pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS, na sigla em inglês). Relatório que recomendou a suspensão das obras no monumento, onde está a ser adaptado um hotel de cinco estrelas e que, segundo a ICOMOS, “coloca em perigo o valor universal excecional do imóvel”, conforme noticiou O ALCOA, nas suas edições de 21 de janeiro e de 4 de fevereiro. Agora, o monumento, Património Mundial da UNESCO, é palco de nova polémica: a recuperação da escadaria que dará acesso à nova entrada-bilheteira do edifício. Obra que faz parte da empreitada “Conservação e restauro da fachada poente e fachada norte rebocada”, com conclusão prevista para julho deste ano. A intervenção na escadaria levantou dúvidas sobre os critérios escolhidos nomeadamente o aparente uso de betão, que levou o presidente da Concelhia do Partido Socialista, Rui Alexandre, a levantar a questão, e os vereadores da Câmara Municipal de Alcobaça, César Santos, do PS, e Carlos Bonifácio, do CDS a pedir esclarecimentos ao Ministério da Cultura e à Direção-Geral do Património.
Num comunicado, enviado a’O ALCOA a 15 de fevereiro, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) “desmente a utilização de betão”, indicando que foi usada “argamassa de cal e areia”. “Entendeu a equipa projetista não substituir ou reparar as pedras existentes, tendo optado por revestir os degraus em dois lances simétricos, junto do muro do varandim, por uma chapa de aço corten, revestida interiormente por um filme de borracha expandida”, lê-se no comunicado. A DGPC diz que, “uma vez que a chapa de aço não pode ser colocada diretamente sobre uma pedra instável sem causar danos e de forma segura para o utilizador, a superfície dos degraus foi regularizada com recurso a uma argamassa de cal e areia separada da pedra por uma manta de fibra geotêxtil, o que permite que, em qualquer altura, possa ser removida”.
Saiba mais na edição impressa e digital de 18 de fevereiro de 2021.