O estudo experimental que realizei no Mosteiro de Alcobaça testou pela primeira vez, segundo a revisão de literatura efetuada, os efeitos da presença de música sobre as dimensões sensorial e emocional da experiência turística, bem como sobre resultados da experiência em contexto real num sítio cultural de património edificado.
Validou-se que a audição é um dos sentidos mais importantes, no que respeita às impressões sensoriais da experiência turística em sítios patrimoniais e que a música pode contribuir para enriquecer a visita, aumentando a autenticidade percebida, a satisfação e a atitude favorável dos visitantes relativa à conservação do sítio patrimonial.
As visitas se forem muito reduzidas ao aspeto arquitetónico e à observação sem informação suficiente e estímulos sensoriais, que enriqueçam a experiência, tornam-se pobres e com pouco significado e memorabilidade, comprometendo também a defesa dos valores patrimoniais dos monumentos.
Assim, os gestores dos sítios patrimoniais devem considerar usar a música e monitorizar os seus efeitos junto dos diversos segmentos de visitantes. No Mosteiro de Alcobaça, recriar a paisagem sonora original para além da igreja do monumento, porventura em complementaridade com outros estímulos sensoriais que permitam recriar ambientes do passado, seria muito pertinente. A música pode ser também um elemento muito importante numa futura aplicação digital de apoio à visita ou noutros conteúdos multimédia.
Neste último artigo, deixo um especial agradecimento à Caixa de Crédito Agrícola de Alcobaça e ao jornal O ALCOA pela bolsa de estudo atribuída na minha investigação (2021-22). Apoio precioso a que procurei corresponder: a dissertação, que defendi em outubro de 2022, obteve a classificação de 18 valores e os resultados, acredito, poderão ser úteis para dinamizar a visita à jóia da coroa da região, que é o nosso Mosteiro de Alcobaça.