O acendedor de candeeiros

O acendedor de candeeiros foi uma profissão muito importante no século XIX. Eram eles que, com o seu engenho e arte, acendiam um a um, os candeeiros das aldeias, vilas e cidades. Colocados em pontos estratégicos, única luz na escuridão, acendê-los era uma função muito apreciada. Estes trabalhadores entravam ao serviço quando o sol se começava a pôr, acompanhados por uma escada, um recipiente onde levavam o petróleo e uma vara especial dotada de uma esponja, que usavam para os luzeiros. Ao amanhecer, apagavam-nos, limpavam os vidros e abasteciam-nos.
Em Valado dos Frades, o acendedor de candeeiros da iluminação pública foi oficialmente instituído a 23 de novembro de 1910. Segundo informação constante na ata da Junta de Freguesia, Emídio Ferreira era o responsável não só pelo acendimento dos candeeiros de iluminação pública, que funcionavam a petróleo, mas também pela limpeza das fontes, das ruas e dos pequenos caminhos. Não são muito os registos e as imagens desse trabalho que foi acabando com o aparecimento da luz elétrica, inaugurada no Valado, a 10 de janeiro de 1943.
Durante alguns anos ainda existiu uma relíquia desses tempos: um candeeiro que ficava no largo da igreja de São Sebastião, o último candeeiro de petróleo da vila, mas que também ele sucumbiu ao passar dos tempos.
Longe de regressarmos à época da iluminação por azeite ou petróleo, a verdade é que, ao abrigo da crise e da necessidade de poupança energética, Valado dos Frades, está hoje, em muitas ruas e lugares «a média luz», uma ironia do progresso que de certa forma faz recordar a iluminação feita pelos candeeiros de antigamente.

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