Já defendi a minha dissertação de mestrado “Música ambiente e experiência de visita turística em sítios Património Mundial: Um estudo experimental no Mosteiro de Alcobaça”, com o apoio da Bolsa de Estudos S.O.S. Património do jornal O ALCOA e patrocínio da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Alcobaça.

Quanto aos visitantes que inquiri, foram consideradas 460 respostas válidas para análise. O período de inquirição foi de janeiro a março de 2022. Os inquiridos tinham, em média, 44 anos, sendo 55,9% nacionais e 44,1% estrangeiros. Entre estes, residiam sobretudo nos Estados Unidos (20,4%), França (32,7%), Brasil (23,5%) e Espanha (4,5%). Os inquiridos visitaram o monumento com maior frequência em casal (46,5%), mas também em família ou com amigos (35,7%) e em grupo organizado (11,7%). Cerca de 59,3% declararam-se cristãos, enquanto apenas 1,5% crentes pertencentes a outras religiões. No que respeita às motivações de visita, destacam-se as culturais e depois a religião/fé. Cerca de 64,1% estava a visitar o Mosteiro de Alcobaça pela primeira vez e 85,4% estava de passagem, sendo assim excursionistas e não turistas em Alcobaça.

Quase metade dos respondentes (46,1%) declarou que não recebeu informação suficiente e satisfatória na sua visita ao Mosteiro de Alcobaça, o que indicia uma interpretação patrimonial deficitária, o que empobrece a visita. Este facto recomenda uma melhoria dos meios e conteúdos interpretativos relativos à história e valor do Mosteiro de Alcobaça, para maior satisfação com a visita, maior valorização e apego ao monumento, recomendação de visita a familiares/amigos e nas redes sociais.

Nos próximos artigos, darei conta dos resultados do estudo experimental realizado, testando a música monástica de fundo na igreja para recriar a antiga paisagem sonora do Mosteiro de Alcobaça, para potencial melhoria da experiência de visita.